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Onça-pintada (Panthera onca) também é conhecida por outros sete nomes populares: onça-verdadeira, pintada, canguçu, acanguçu, jaguar, jaguaretê e jaguarapinima. É um mamífero quadrúpede canívoro da família Felidae encontrada nas Américas. É o terceiro maior felino do mundo, após o tigre e o leão, e o maior do continente americano.

 

A onça-pintada é considerada um símbolo da biodiversidade brasileira. O mamífero exerce fascínio sobre a população desde os tempos pré-colombianos. O felino é uma das 627 espécies da fauna ameaçada de extinção (2013), segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

 

Onça origina-se do termo grego lygx, através do termo latino luncea e do termo italiano lonza. No Brasil, o nome onça-pintada é o mais utilizado, sendo que pintada é uma alusão à pelagem cheia de manchas e rosetas, ao contrário da outra onça, a onça-parda. Onça-pintada faz parte da mitologia de diversas culturas indígenas america-nas, incluindo a dos maias, astecas e guaranis.

 

No Brasil, é encontrada principalmente na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Além do Brasil, também está presente em praticamente toda a América do Sul, do norte da Argentina até as planícies costeiras do México.

Nome Popular: Onça-pintada

Nome Científico: Panthera onca

Área Geográfica: América Central e América do Sul

 

Estado de Conservação da espécie: Alerta de extinção

Sanção: Lei Federal 9.605/98, artigo 29 (Crime Ambiental)

 

Esta página foi atualizada pela última vez em 25/09/2015

As datas e acontecimentos publicados aqui fazem parte do banco de dados e de pesquisas de Venicius Maciel desde julho de 2009.

O uso desta informação é livre para aqueles que desejam divulgar em outras plataformas (jornais, rádios, sites...) desde que citem a fonte: Vinni & Jassana

As crescentes alterações ambientais provocadas pelo homem, assim como o desmatamento e a caça às presas silvestres e às próprias onças são as principais causas da diminuição da população de onças no Brasil.

 

O Brasil detém cerca de 50% das populações de onça-pintada em estado selvagem, a maior parte delas, na Amazônia. O homem é o principal predador da onça, por causa da beleza de sua pele e também o desmatamento, o envenenamento dos rios e a caça tem dizimado a população de onças-pintadas em diversos lugares.

 

A caça pela onça-pintada ocorre já a muitos anos. Na mitologia Maia, é considerada um animal sagrado. Os índios usam sua gordura para passar no corpo das crianças, pois acreditam que isso lhes dá força. Também acreditam que ao comerem a gordura da onça, utilizando para isso a ponta de uma flecha, ficam mais corajosos.

 

Em 2013, a onça-pintada entrou para a lista dos animais ameaçados de extinção, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente (Brasil). Esse felino se transformou em símbolo de ações de preservação. Segundo o órgão brasileiro, em 80 anos, a espécie deve estar extinta em algumas regiões da Mata Atlântica, se continuar o avanço descontrolado da caça ilegal do animal. Desde 2003, é listada pelo IBAMA como ameaçada de extinção, sendo que a espécie foi extinta em três países (Uruguai, El Salvador e Estados Unidos) dos 21 países em que ocorria historicamente.

Foto: Divulgação

A onça-pintada possui a mordida mais forte de todos os felinos, capaz de alcançar até 910 kg e ela pode abrir a boca até a 13,1 cm de diâmetro, em um ângulo de 65 a 70 graus.

 

Graças a forma robusta de seu corpo, a onça-pintada é capaz de nadar, rastejar e escalar. As patas são digitígradas (andar sobre as pontas dos dedos) como outros carnívoros e sua estrutura é típica de membros do gênero Panthera. As garras são retráteis. A sua pegada pode chegar até 12 centímetros de diâmetro nas patas dianteiras e 7,5 centímetros nas patas traseiras.

É um animal solitário, exceto quando formam pequenos grupos de mãe e filhotes. Adultos encontram-se somente no período de acasalamento e mantém grandes territórios para si. A onça-pintada usa marcas de arranhões, urina e fezes para marcar território, além de utilizar uma série de vocalizações, incluindo rugidos, para se comunicar. Como outros grandes felinos, a onça é capaz de rugir e faz isso para repelir competidores.

Mesmo que seu habitat de origem seja o continente americano, cerca de 2,87 milhões de anos atrás, a onça-pintada, o leão e o leopardo, compartilharam um ancestral comum na Ásia. No início do Pleistoce-no, os precursores da atual onça atravessaram a Beríngia e chegaram na América do Norte: a partir daí alcançaram a América Central e a América do Sul. A linhagem da onça-pintada se separou da linhagem do leão (que compartilham um ancestral comum exclusivo, sendo a espécie mais próxima da onça-pintada), há cerca de 2 milhões de anos.

O tamanho de uma onça-pintada varia muito, o peso deste animal pode ser de 56 quilos a 96 quilos. Mas já foram encontrados machos que chegavam a pesar 160 quilos. Do focinho à ponta da cauda pode chegar a 1,85 metros de comprimento. A altura pode chegar a 90 centímetros. Sua cauda é a menor dentre os grandes felinos, tendo entre 45 e 75 centímetros de comprimento.

O crânio pode ter até mais de 27,5 centímetros de comprimento, mas geralmente tem entre 19 e 26 centímetros, sendo robusto, curto e largo no rostro, principalmente nos machos. O crânio da onça-pintada é semelhante ao da onça-parda (Puma concolor), mas se diferencia por ser maior e ter o osso nasal em formato côncavo (depressão circular).

 

A anatomia funcional do crânio é semelhante a dos outros grandes felinos: existe um ligamento elástico no aparato hioide, o que permite à onça-pintada rugir. A sínfise mandibular é rígida, o que permite recrutar mais músculos na mastigação. A fórmula dentária na onça-pintada é de 30 dentes. Os caninos são longos e podem ter 23,5 mm de comprimento, mas geralmente, possuem entre 17,5 e 18,6 mm de comprimento.

Sua pelagem varia do amarelo-claro ao castanho-ocreáceo e é caracterizada por manchas pretas em forma de rosetas de diferentes tamanhos. Estas rosetas são como a “impressão digital” do animal e servem para diferenciá-lo, pois cada indivíduo possui um padrão único de pelagem. A cor de fundo da pelagem da onça é amarelo acastanhado (às vezes mais pálido), mas pode chegar ao avermelhado, marrom e preto, para todo o corpo. As áreas ventrais são brancas.

As manchas e pintas da cabeça e pescoço costumam ser sólidas, e na cauda, elas se unem, de forma a aparecer bandas.

 

Melanismo

 

Existe também a variação melânica da espécie, que são onças com uma coloração de fundo preto, mas que também possuem as rosetas. Essas são conhecidas como onças-pretas e ocorrem em algumas regiões da distribuição da espécie. Em indivíduos totalmente pretos, quando visto sob a luz e de perto, é possível observar as rosetas. A forma totalmente preta é mais rara que a forma de cor amarelo-acastanhado, representando cerca de 6 % da população. Por causa da coloração, antes se pensava que poderiam tratar-se de espécies diferentes, mas sabe-se hoje que a onça-preta e a onça-pintada são da mesma espécie, Panthera onca.

Como todos os felinos, a onça-pintada é um animal carnívoro, se alimentando somente de carne. É um caçador oportunista, e sua dieta inclui até 87 espécies de animais. A onça-pintada caça de forma oportunista, se alimentando das espécies mais abundantes no seu ambiente. Em algumas regiões do Brasil, as onças-pintadas se alimentam principalmente de grandes mamíferos, como o queixada, a capivara, o tamanduá-bandeira, a anta, os veados e até mesmo cobras sucuris, e em outras, se alimentam de répteis, como a tartaruga e o jacaré. Em áreas onde vivem próximas ao gado, este pode constituir uma importante fonte de alimento na sua dieta.

 

A necessidade diária alimentar de um indivíduo com 34 kg (que é menor peso encontrado em um indivíduo adulto) é de 1,4 kg. Para animais em cativeiro, pesando entre 50 a 60 kg, mais de 2 kg de carne são recomendados. Em liberdade, o consumo é naturalmente mais irregular: felinos selvagens gastam considerável energia e tempo para obter alimento, e podem comer até 25 kg de carne de uma só vez, seguidos por longos períodos sem se alimentar.

A onça-pintada raramente mata com uma mordida no pescoço, sufocando a presa, como é típico entre os membros do gênero Panthera, preferindo matar por uma técnica única entre os felinos: ela morde o osso temporal no crânio, entre as orelhas da presa com os caninos, acertando o cérebro. Isto também permite quebrar cascos de tartaruga. A mordida na cabeça é empregada em mamíferos principalmente, enquanto que em répteis, como jacarés, a onça-pintada ataca o dorso do animal, acertando a coluna cervical, imobilizando o alvo. Embora capaz de rachar o casco de tartarugas, a onça pode simplesmente esmagar o escudo com a pata e retirar a carne. Quando ataca tartarugas-marinhas que vão nidificar na praia, a onça ataca a cabeça, e frequentemente decapita o animal, antes

de arrastá-lo para comer. Ao caçar cavalos, a onça pode pular sobre o dorso, colocar uma pata no focinho e outra na nuca, de forma de deslocar o pescoço.

 

A onça-pintada caça em espreita e formando emboscadas, perseguindo pouco a presa. Quando arma a emboscada, a onça pode saltar na água enquanto persegue a presa, já que é capaz de carregar grandes presas nadando. Pode atravessar rios com 1 quilômetro de largura. Sua força permite levar novilhos para a copa das árvores. Após matar a presa, a onça arrasta a carcaça para alguma capoeira ou outro lugar seguro, podendo a arrastar por até 1,5 quilômetro.

 

Começa a comer pelo pescoço e peito, em vez de começar pelo ventre. O coração e pulmões são consumidos, seguidos pelos ombros e ela frequentemente deixa as partes traseiras da carcaça intactas. Entretanto, bezerros podem ser consumidos completamente.

 

Ambos os sexos caçam, mas os machos se deslocam para mais longe do que as fêmeas, diariamente, o que é condizente com seus grandes territórios. A onça-pintada pode caçar durante o dia se existe caça disponível; é um felino relativamente enérgico, com cerca de 50 a 60% do tempo mantendo-se ativo.

O acasalamento da onça pintada ocorre em qualquer época do ano e a fêmea costuma gerar de 1 a 4 filhotes por ano. As fêmeas da onça-pintada alcançam a maturidade sexual com cerca de 2 anos de idade, e os machos entre 3 e 4 anos. O estro (cio) dura entre 6 e 17 dias, em um ciclo de 37 dias, e fêmeas demonstram o período fértil com marcação de urina e aumento nas vocalizações. O casal se separa após o ato sexual e as fêmeas providenciam todo o cuidado parental. A gestação dura entre 93 e 105 dias: elas podem dar à luz a até quatro filhotes, mas o mais comum é nascerem dois de cada vez. A mãe não tolera a presença de machos após o nascimento dos filhotes.

O período de gestação é em média de 100 dias e geralmente nascem dois filhotes, que nascem cegos, e abrem os olhos cerca de 3 a 13 dias após o nascimento. Os filhotes começam a comer carne por volta dos 75 dias de vida, mas a amamentação continua até os cinco meses. Após duas semanas os filhotes podem pesar de 700 a 900 gramas. Os dentes dos pequenos felinos começam a aparecer depois de um mês. São desmamados após três meses, mas podem permanecer no ninho por até 6 meses, quando passam a acompanhar a mãe nas caçadas.

 

Em estado selvagem, a onça-pintada vive entre 12 e 15 anos de idade, mas em cativeiro, pode viver até mais de 23 anos, sendo um dos felinos com maior longevidade.

250 é o número de onças-pintadas adultas na Mata Atlântica (2014), o que representa uma redução de 80% nos últimos 15 anos. A extinção por completo do animal pode significar o fim da Mata Atlântica em pouco tempo.

Peles, cabeças e até os dentes das onças-pintadas são comercializados no mercado negro. Caçadores, os maiores predadores dos felinos, são responsáveis pela diminuição da espécie no Brasil e demais países. As peles, são utilizadas nos segmentos do vestuário, calçadista e assessórios em geral. Dentes são polidos e a cabeça do animal, passa pela ação de Taxidermia (arte de empalhar). Essa ação proibida pela Lei Federal 9.605/98, artigo 29 - caracterizado como Crime Ambiental, não é suficiente e quadrilhas acabam matando e extraído o "produto comercial", deixam de lado a carcaça do animal.

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